
Ele coleciona memórias na mochila. Chaveiros, adesivos,
fitas e etiquetas que possuem um significado. Talvez tão fúteis quanto as fotos
que insisto em tirar a cada vez que vejo um pôr do sol. Mas ainda assim me chama
atenção.
Ele se fez presente da maneira mais simples possível e
ganhou meus olhares desde o primeiro dia em que o vi por se parecer de m jeito
inexplicável com um personagem de um romance que é fruto de meus devaneios. O
jeito como caminha, como é lindo sem querer ser, como sorri e como é atraente
em tudo o que faz. A timidez que aparece a cada vez que o celular faz barulho
em momentos errados ou quando pede um “cafezinho”.
A fumaça que sai de sua boca após uma tragada em seu cigarro
é quase tão atrativa quanto a que sai do meu café. Mas não chega nem perto da
sensação de “viagem” de quando me perco em seus olhos profundamente verdes.
Pode ser que as lembranças que ele leva nas costas sejam as
mesmas que guarda no coração. Coloridas e bagunçadas, como as que deixo agora
no papel.
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